A minha esposa deu os meus gatos sem o meu conhecimento – e isso destruiu o nosso casamento.

Hoje voltei para casa e descobri que a minha esposa tinha dado os meus três gatos. Ela disse que eles a enlouqueciam com a sua muda de pêlo, embora eu limpasse os pêlos duas vezes por semana e limpasses as suas bandejas todos os dias. Esses gatos são criaturas limpas e afetuosas, e estavam comigo muito antes do casamento. Não consigo acreditar que ela fez isso!

Quando exigi uma explicação, ela se recusou categoricamente a dizer para onde os levou, apenas garantindo que eles estavam «em boas mãos». Mas não consegui me livrar da sensação de traição. Fiquei devastado.

Os meus gatos — Maxim, Oleg e Luna — eram uma parte importante da minha vida, e ela nem sequer me consultou. Agora estou a repensar tudo — o que ela fez me parece simplesmente anormal.

Para ser sincero, comecei a pensar seriamente em divórcio. Talvez eu esteja a exagerar? Ou ela realmente ultrapassou um limite que não se pode ultrapassar?

Não dormi a noite toda.

Fiquei a pensar o tempo todo em como Maxim se enrolava confortavelmente no sofá, como Oleg tocava suavemente a minha perna com a pata, exigindo atenção, e como Luna adormecia no meu peito, ronronando. A casa parecia vazia, quase sufocante em seu silêncio. Eu sabia que precisava encontrá-los.

Na manhã seguinte, tentei conversar calmamente com minha esposa, esperando que ela compreendesse o quanto me magoou.

«Por favor, diga-me onde eles estão», disse eu, tentando manter a voz firme.

Ela cruzou os braços e respondeu friamente:

«Eles estão bem. Tudo já está decidido. Você precisa esquecer essa situação.»

Esquecer?! Ela está a falar a sério?!

Deixar ir?! Ela está a falar a sério?!

— Não são apenas coisas das quais se pode livrar! São seres vivos! Eles confiaram em mim, e eu os decepcionei… por sua causa!

Ela revirou os olhos.

— Estás a agir como se eu os tivesse jogado na rua. Eu me certifiquei de que fossem entregues a boas mãos.

Mas isso não foi suficiente. Eu precisava vê-los com meus próprios olhos.

Comecei a procurá-los. Visitei todos os abrigos próximos, coloquei anúncios na internet, imprimi panfletos oferecendo recompensa. Passaram-se alguns dias, mas não encontrei nada. Cada vez que voltava para casa, sentia o meu ódio crescer.

E a minha esposa? Ela vivia como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse cometido uma traição que partiu o meu coração.

E então surgiu uma oportunidade.

Um conhecido que trabalha num abrigo para animais escreveu-me:

«Acho que vi os teus gatos. Há alguns dias, uma mulher trouxe três muito parecidos com os teus.»

As minhas mãos tremiam quando liguei para o abrigo.

«Eles ainda estão aí?», perguntei, prendendo a respiração.

«Lamento muito, mas elas já encontraram novos donos.»

A minha cabeça girou.

«Pode dizer-me quem as levou? Por favor, farei qualquer coisa!»

«Receio que essa informação seja confidencial. Mas garanto-lhe que elas foram para boas famílias.»

Desliguei o telefone e fiquei sentado em silêncio. Tudo acabara. Eles tinham partido para sempre.

Não chorei. Só senti um vazio. Como se tivessem arrancado uma parte da minha alma, deixando para trás apenas um espaço vazio.

Naquela noite, não disse uma palavra.

E, pela primeira vez em toda a nossa vida de casados, a minha mulher parecia inquieta.

— Fiz o que era melhor para nós — disse ela baixinho. — Tu te apegaste demais a eles. Eles tomaram conta da tua vida.

Eu sorri.

— E decidiste que a melhor solução era trair-me?

Ela abriu a boca, mas fechou-a imediatamente. Ela sabia que não tinha desculpas.

Algo dentro de mim se partiu. Em silêncio, arrumei as minhas coisas e fui-me embora naquela mesma noite.

Fiquei na casa de um amigo enquanto tentava entender os meus sentimentos. Mas, na verdade, a decisão já estava tomada.

Se ela foi capaz de me trair assim, do que mais ela seria capaz?

Uma semana depois, pedi o divórcio.

Ela ficou em choque. Talvez até tenha se arrependido do que fez. Mas eu já não me importava mais.

Algumas traições são profundas demais para serem perdoadas.

Meses se passaram. Eu ainda sentia saudades dos meus gatos, mas sabia que tinha feito a coisa certa.

Um dia, por pura curiosidade, entrei no site do abrigo e abri a seção “Histórias de adoção bem-sucedidas”.

Meu coração começou a bater mais rápido.

Maxim, Oleg e Luna.

Três famílias diferentes os adotaram. Nas fotos, eles pareciam felizes, bem cuidados e amados.

Eles estavam bem.

E, pela primeira vez em muito tempo, percebi que eu também estava.

Nos relacionamentos, existem limites que não podem ser ultrapassados.
Confiança, respeito e abertura são os três pilares que sustentam o amor. Se não existirem, os sentimentos não salvarão a sua união.

Se algo o preocupa, fale sobre isso. Estabeleça limites.

E se esses limites forem violados?

Vá embora.

Você merece mais.

O que você faria no meu lugar? Vamos conversar nos comentários! E se esta história tocou você, compartilhe-a!