Dez anos de casamento resumiram-se a uma limpeza por 9,99 dólares, quando o meu marido me ofereceu uma esfregona no nosso aniversário. O seu presente deixou a sala em choque e a sua irmã em hilaridade. Um momento depois, ambos descobriram o verdadeiro preço da sua piada cruel, quando o karma deu o seu golpe inesperado.
Era o nosso 10.º aniversário e o meu marido, Carl, organizou uma festa extravagante. Ele chamou-lhe a festa do amor. Mas enquanto eu estava ali parada com um sorriso plástico congelado no rosto, não conseguia livrar-me da sensação de um frio horror no fundo do estômago…

«Mary, querida!» A voz aguda da minha cunhada Anita rompeu o burburinho. Ela correu na minha direção, agitando o pulso. A pulseira de ouro que o meu marido Carl lhe dera no mês anterior brilhava zombeteiramente.
«Esta festa não é simplesmente divina? O Carl realmente se superou!»

Eu me forcei a sorrir mais, sentindo-o rachar nas bordas. «É maravilhoso», menti com os dentes cerrados.
Anita se inclinou para mais perto, seu hálito cheirava a champanhe caro. «Mal posso esperar para ver o que ele lhe deu», sussurrou ela. «Tem de ser impressionante para superar esta pequena bugiganga», disse ela, fazendo a pulseira tilintar novamente.

Antes que eu pudesse responder, a voz retumbante de Carl fez a sala silenciar. «Atenção, por favor!»
O meu coração disparou quando ele se dirigiu a mim, segurando uma grande caixa com um presente. Era o momento pelo qual eu esperara ansiosamente a noite toda.
«Mary, feliz aniversário, querida!», anunciou Carl.

Com as mãos trémulas, peguei na caixa e rasguei o papel de embrulho. A sala prendeu a respiração quando levantei a tampa. E então… silêncio.
Dentro da caixa estava um MOP. Novinho em folha, com o plástico branco brilhante.
Por um momento, pensei que devia estar a sonhar. Mas então o silêncio foi quebrado pela risada histérica de Anita, e a realidade caiu sobre mim.

«O que… o que é isso?» Eu gaguejei, olhando para Carl.
A risada de Anita ficou ainda mais alta. «Oh, Carl! Que presente maravilhoso para a sua linda esposa!»

Apertei com força o cabo da esfregona, até as juntas dos dedos ficarem brancas. «Isso é alguma piada de mau gosto?»
«Claro que é», sorriu Carl. «O verdadeiro presente virá mais tarde.»
Mas eu vi a verdade nos seus olhos. Não era uma piada. Ele me via exatamente assim… como a sua MAID pessoal.

«Diz-me agora. Que presente é esse, Carl?»
«Eu… bem… é uma surpresa.»
A risada de Anita atingiu o limite. «Oh, isso é ótimo! Mary, querida, não fiques com essa cara feia. Pelo menos agora tens a ferramenta certa para esse trabalho!»
Algo dentro de mim se partiu. Dez anos de ressentimento, de me sentir invisível e subestimada, vieram à tona instantaneamente. Sem dizer uma palavra, virei-me e dirigi-me para a porta de entrada.

«Mary?» O Carl chamou-me. «O que estás a fazer?»
Ignorei-o, passando por entre os convidados chocados, até chegar à entrada da garagem. Lá estava o carro desportivo favorito do Carl, com o qual ele passava mais tempo do que comigo.

«Mary!» A voz do Carl agora estava frenética. «Pare!»
Mas eu já não conseguia parar. Com toda a força, bati com o cabo da vassoura no para-brisas. Ele partiu-se com um estrondo agradável.

Atrás de mim, ouvi gritos. O rosto de Carl empalideceu quando ele correu para o seu carro favorito.
«Que diabos?!» — gritou ele.
Joguei a esfregona aos pés dele, minha voz estava assustadoramente calma. «Feliz aniversário, querido. Espero que goste do seu presente tanto quanto eu.»
Voltei para dentro de casa, empurrando os convidados que me observavam. O riso de Anita finalmente cessou, dando lugar a sussurros escandalosos.
«Vocês viram isso?»
«Ela enlouqueceu!»
«Pobre Carl…»

Fechei a porta do nosso quarto, com o corpo todo a tremer. Como é que chegámos a este ponto? Quando é que a nossa relação se transformou nisto? 😔💔
De repente, ouvi um estrondo alto lá fora, que me fez sobressaltar. Olhei pela janela e fiquei sem fôlego. O karma tinha entrado em ação.
Um dos pesados suportes de betão tombou misteriosamente e caiu diretamente sobre o precioso carro de Carl. O capô estava amassado e a pintura, outrora imaculada, estava irremediavelmente danificada.
A minha garganta vibrou com uma risada histérica. O karma, ao que parece, age de maneiras misteriosas. Mas isso ainda não era tudo.
Desci as escadas, atraído por vozes altas. Anita estava no corredor, com o rosto distorcido pela raiva, gritando ao telefone.
«Como assim, a minha conta está congelada?! Deve ser um erro! Preciso urgentemente de acesso a esses fundos!»
Ela corria freneticamente, a sua antiga complacência evaporou-se como a orvalho da manhã. «Não, você não entende. Tenho pagamentos a fazer. Pessoas importantes estão à espera do seu dinheiro. Não pode fazer isto comigo.»

Apanhei o olhar do Carl do outro lado da sala. Ele parecia chocado e olhava ora para a sua irmã perturbada, ora para mim. Por um momento, quase senti pena dele. Quase.
Nesse momento, a velha amiga da família, Linda, aproximou-se de mim hesitante. «Mary», disse ela em voz baixa. «Precisas de saber uma coisa.»
O meu estômago apertou-se. «O quê exatamente?»
Linda olhou nervosamente em volta antes de continuar. «Eu… eu ouvi uma conversa do Carl na semana passada. Ele se encontrou com um advogado especializado em divórcios.»
O chão pareceu inclinar-se debaixo dos meus pés. «O quê?»

Linda acenou com a cabeça, sombria. «Sinto muito, Mary. Achei que tu merecias saber. Ele preparou os papéis e tudo mais.»
As peças se encaixaram com uma clareza nauseante. A esfregona não tinha sido apenas imprudência… era uma mensagem. Ele queria humilhar-me, fazer-me sentir pequena antes de dar o golpe final.
«Obrigada por me contar, Linda», disse eu, contendo as lágrimas. «Se me permite, tenho algo a fazer.»
Naquela noite, enquanto Carl falava ao telefone com a sua seguradora, eu fui até ao nosso escritório em casa. As minhas mãos tremiam um pouco quando liguei o computador e abri os nossos documentos financeiros.
O que descobri me deixou sem fôlego. A casa — aquela da qual o Carl tanto se orgulhava — estava registada exclusivamente em meu nome.
Lembrei-me de quando assinei os papéis, muitos anos atrás, e pensei que fosse apenas mais uma formalidade que o Carl me pediu para tratar enquanto ele estava ocupado com «assuntos mais importantes».

E o negócio que construímos juntos? Eu possuía 51% das ações. Ironicamente, isso foi mérito do Carl. No início do nosso casamento, ele registou o pacote de ações em meu nome para fins fiscais, acreditando que eu nunca entenderia e não faria perguntas.
«É apenas uma formalidade, querida», dizia ele. «Tu sabes que sou eu quem toma todas as decisões na empresa.»
Durante todo esse tempo, senti-me impotente, acreditando que o Carl controlava tudo. Mas, na verdade, todas as cartas estavam nas minhas mãos. A sua despreocupação e subestimação em relação a mim resultaram num terrível fracasso.
Um sorriso lento se espalhou pelo meu rosto quando percebi a importância da minha posição. Carl nem imaginava o que o esperava.

Na manhã seguinte, acordei cedo e comecei a arrumar as coisas do Carl. Ele observava da porta, parecendo perdido e deprimido.
«O que estás a fazer?», suspirou ele.
Fechei com determinação o fecho da sua mala. «O que é que isto parece, Carl? Estou a arrumar as suas coisas. Vai-se embora.»
A boca de Carl abria-se e fechava-se como a de um peixe na água. «Mas isto é…»
«A minha casa», terminei por ele, permitindo-me um pequeno sorriso de satisfação. «Até o negócio! É engraçado como tudo se encaixa, não é?»

Ele passou a mão pelo cabelo despenteado. «Mary, eu… Sinto muito. Não queria que tudo acabasse assim.»
Será que ele pensava que eu ia cair nas suas artimanhas?
«Não, tu só querias humilhar-me diante de todos que conhecemos antes de me entregar os papéis do divórcio. Assim é muito melhor, Carl.»
Ele estremeceu, como se eu lhe tivesse dado um tapa. «Não foi nada disso. Eu só… Eu não sabia como te dizer. Há muito tempo que as coisas entre nós não estão bem.»

«Um esfregão, Carl? É verdade?» Balancei a cabeça, perplexa. «Sabes, durante muitos anos, convenci-me de que a tua imprudência era apenas distração. Que, no fundo, tu não eras indiferente. Mas agora vejo a verdade. Há muito tempo que deixaste de me ver como uma pessoa.»
«Isso é injusto», protestou ele fracamente.
«Justo? Foi justo manter-me presa durante vários meses, enquanto planeavas a tua estratégia de fuga? Era justo tratar-me como uma empregada, e não como uma esposa? Era justo cobrir a tua irmã de presentes, enquanto eu recebia produtos de limpeza?
Quando empurrei as malas de Carl para fora da porta, alguém tocou à campainha. Abri a porta e vi dois homens severos vestidos de fato.
«Sra. Anderson?», perguntou um deles.
Dei um passo à frente, levantando o queixo. «Sim, sou eu. Em que posso ajudar?»
O homem mostrou o crachá. «Sou o agente Roberts, do FBI. Precisamos fazer algumas perguntas sobre a sua nora, a Sra. Peterson.»
Carl, que ainda estava parado na porta, empalideceu. «O que isso significa?», perguntou ele, gaguejando.

«A Sra. Peterson está a ser investigada por fraude e lavagem de dinheiro», explicou o agente Roberts, com voz seca e profissional. «Temos motivos para acreditar que ela pode ter envolvido o seu negócio nas suas atividades ilegais.»
Virei-me para o Carl, cuja expressão facial confirmou as minhas suspeitas. Ele sabia que havia algo de errado com as finanças da sua irmã.
«Terei todo o prazer em cooperar plenamente com a vossa investigação», disse calmamente. «Na verdade, como principal acionista da nossa empresa, insisto nisso.»

O rosto de Carl se contorceu de choque e raiva. Antes que ele pudesse responder, acrescentei com um sorriso: “Oh, querido, parece que agora você vai precisar mais da vassoura do que eu”. Apontei para as malas dele na varanda. “E não se esqueça das suas coisas quando for embora.”
«Vou falar com o meu advogado», disse-lhe eu, quando ele se dirigiu a tropeços para o carro, seguido pelos agentes do FBI. «Tenho a certeza de que teremos muito que discutir.»
Mais tarde, à noite, convidei a Linda para me visitar. Quando ela entrou em casa, os seus olhos arregalaram-se de surpresa.
«Mary, pensei que ficarias comigo», disse ela, abraçando-me calorosamente.
Sorri, sentindo-me invadida por um sentimento de orgulho. «Afinal, não preciso de ir para lado nenhum. A casa está à minha disposição.»
A Linda ergueu as sobrancelhas. «Bem, bem, bem. Parece que a Carla vai ter um rude despertar.»

Quando nos acomodámos na sala de estar com um copo de vinho, a névoa na minha cabeça dissipou-se. Pela primeira vez em muitos anos, eu podia respirar livremente na minha própria casa.
«Sabe», disse Linda pensativa, «sempre achei que o karma era apenas uma boa ideia. Mas depois de tudo o que aconteceu…»
Eu ri baixinho. «Eu entendo o que você quer dizer. É como se o universo tivesse decidido equilibrar a balança de uma vez por todas.»

Linda sorriu, levantando a taça. «Bem, me lembre de nunca ficar do seu lado ruim. Você tem um carma poderoso, garota!»
Quando me preparava para dormir naquela noite, vi o meu reflexo no espelho. A mulher que me olhava parecia mais forte, mais viva do que nos últimos anos.
«Sabe o que é mais agradável?», disse ao meu reflexo, e um pequeno sorriso se espalhou pelo meu rosto. «Não precisei mexer um dedo sequer. O karma cuidou de tudo!»

O esfregão com o qual tudo começou estava parado no canto da sala, um guardião silencioso de como a vida pode mudar rapidamente. Mas, para mim, ele se tornou um lembrete de que os objetos mais comuns às vezes podem ter um significado muito incomum.
Esta obra é inspirada em acontecimentos e pessoas reais, mas foi inventada para fins criativos. Os nomes, personagens e detalhes foram alterados para proteger a privacidade e melhorar a narrativa. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou com acontecimentos reais é mera coincidência e não é intencional por parte do autor.
